A nova geração do tênis russo
A Rússia sempre foi reconhecida como uma potência do tênis, tendo conquistado dois títulos da Copa Davis e outros quatro na Fed Cup. O tênis russo revelou nomes como: Yevegny Kafelnikov, ex-número 1 do mundo, vencedor de dois títulos de Grand Slam e medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Sydney, além de ser um dos principais adversários de Gustavo Kuerten durante sua carreira; outro grande expoente do tênis russo atende pelo nome de Marat Safin, o carismático ex-tenista também alcançou o topo do ranking em 2000, além de ter alcançado as semifinais dos quatro Grand Slam, triunfando na Austrália e nos Estados Unidos. Não podemos esquecer também da consistência de Nikolay Davydenko, ex-número 3 do mundo e vencedor de 23 títulos de simples.
A aposentadoria dos principais tenistas do país fez com que o tênis russo sofresse com a entressafra e falta de novos nomes que pudessem continuar o legado dessas feras e amargou campanhas pífias na Copa Davis, com seguidos rebaixamentos para o Zonal Europeu.
Os tenistas russos mal conseguiam figurar entre os 100 primeiros do ranking, fato este que preocupava a federação local. Mas em 2017 essa realidade mudou completamente, com o surgimento e afirmação de três nomes que poderão representar (e bem) o país nos próximos anos: Andrey Rublev, Karen Kachanov e Daniil Medveded, números 39, 45 e 65 do ranking, respectivamente. Uma realidade bem distinta da enfrentada alguns anos atrás.
Andrey Rublev
Talvez seja a cara do novo tênis russo. Tenista de apenas 19 anos teve ascensão meteórica no circuito profissional nesta temporada. Ex-número 1 do ranking juvenil surpreendeu o mundo tênis ao faturar o título do ATP de Umag, disputado no saibro, após ganhar uma vaga na chave como Lucky loser (tenista melhor ranqueado que perdeu na última rodada do qualificatório e ganhou uma vaga graças a uma desistência). O primeiro título da carreira deu um gás extra ao jovem, que no US Open fez uma campanha sensacional, passando por nomes como Grigor Dimitrov e David Goffin para alcançar as quartas de final, sendo derrotado pelo campeão Rafael Nadal. O feito fez com que Rublev se tornasse o mais jovem a chegar tão longe no torneio, desde Andy Roddick, em 2001.
O talento de Rublev chamou a atenção da ATP que estampou em seu site uma reportagem sobre sua trajetória. O tenista de Moscou apresenta números consistentes quando o assunto é devolução, aparecendo com o sétimo melhor percentual. Geralmente pode levar anos até o tenista adquirir a maturidade necessária para atingir o top 10 desta categoria. Rublev está encurtando este caminho. O russo figura ainda na sexta colocação no percentual de break points convertidos e na décima colocação no percentual de pontos ganhos no segundo serviço adversários. São números impressionantes!
Karen Khachanov
No alto de seus 1,98m Khachanov é outro Next Gen vindo diretamente de Moscou, aos 21 anos já mostra indícios de um futuro promissor. Sob a batuta do ex-tenista Galo Blanco, Khachanov também já possui um título de ATP, conquistado na temporada passada em Chengdu, na China, sob o piso duro, vencendo oponentes melhores ranqueados e mais experientes. Foi uma surpresa, uma vez que o russo ainda fazia a transição dos torneios challengers para os de primeira linha.
Seus fortes golpes, sobretudo o saque, são poderosas armas nos pisos mais velozes e o russo se torna um adversário perigoso até para os tenistas considerados top. Nesta temporada atingiu seu melhor ranking, a 29ª posição, o que mostra seu amadurecimento e crescimento.
Daniil Medvedev
Também com 21 anos e curiosamente com os mesmos 1,98m de Khachanov, Daniil Medvedev é outra jovem estrela do tênis russo, que em julho deste ano atingiu seu melhor ranking, a 49ª posição. Neste ano, chocou o mundo do tênis ao derrotar o então número 3 do mundo, o suíço Stan Wawrinka, na primeira rodada de Wimbledon. Tem em seu currículo triunfos sobre Grigor Dimirov e também sobre o experiente Fernando Verdasco. Ainda está em busca do seu primeiro título de ATP, foi vice-campeão em Chennai no início do ano (d. para Bautista Agut).
O primeiro embate do novo time russo não acabou como esperado. As três jovens estrelas compuseram a equipe russa que disputou os playoffs da Copa Davis, na semana passada. Jogando no saibro, a equipe foi surpreendida pela Hungria, que jogava em casa. Liderados por Marton Fucsovics, apenas o 111º colocado do ranking, os húngaros frustraram as jovens promessas, que viram sua primeira batalha pelo país terem um resultado inesperado.
Das oito vagas no Next Gen Finals, torneio que reuniu as promessas da nova geração, 3 foram ocupadas por eles (Rublev é 1º, Khachanov o 2º e Medvedev o 7º), que mostra a grande mudança e o trabalho sendo feito pela federação local. Se dependerem dos seus conselheiros, o jovem esquadrão moscovita ainda dará muitas alegrias para a torcida russa.
E você o que acha da nova geração russa? Conte para a gente nos comentários